quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Segunda edição da mostra científica traz trabalhos de todo o Brasil ao CBJA


As cinco regiões do Brasil estão contempladas na segunda edição da Mostra Científica de Jornalismo Ambiental que acontecerá durante o 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, entre os dias 18 a 20 de março em Cuiabá. Ao todo serão apresentados 20 trabalhos aprovados de acadêmicos de graduação e pós-graduação.

De acordo com a organizadora da Mostra Científica, a jornalista Gisele Neuls, é possível perceber que há um crescente interesse de pesquisadores sobre jornalismo ambiental. “Houve vários pedidos de submissão de artigos fora do prazo, e também para abertura de uma nova etapa de submissão”, explica. “Os trabalhos mostram preocupação com questões teóricas e epistemológicas, o que é muito importante para um campo de pesquisa se consolidar. Clima e Amazônia também apareceram com força entre os trabalhos avaliados”, complementa Neuls.

Para o jornalista Reges Schwaab, doutorando em comunicação pela UFRGS, é notável nesta edição a presença de trabalhos da região amazônica. “A sede desta edição favoreceu geograficamente essa participação. Isso é fundamental para percebermos olhares de quem vê uma das realidades ambientais mais comentadas do país da janela da sua casa, por exemplo”, ressalta.

Para os dois membros da Comissão Científica, os trabalhos que serão apresentados são diversos e abrangem desde relatos de trabalhos aplicados até resultados de pesquisas. E que há um campo muito grande em pesquisa no tema. Nas palavras de Schwaab é necessário “apurar o olhar” para entender melhor o aumento da abordagem ambiental no jornalismo brasileiro. “Alguns trabalhos apontam para isso e renovam a certeza de que a Mostra Científica merece ser mantida, ampliada e incentivada, trazendo ainda mais pesquisadores e jornalistas para a discussão”, finaliza.

A organização do CBJA lançou um edital no ano passado pelo qual foram inscritos 24 trabalhos acadêmicos. Uma comissão científica, formada por 8 professores de comunicação, com mestrado e doutorado avaliaram os trabalhos. Cada projeto foi avaliado por dois membros da comissão e no caso de divergências um terceiro parecerista analisava o trabalho. A relação dos trabalhos acadêmicos e o perfil da comissão científica estão no site do Congresso: http://www.cbja2010.org.br/ .

Pesquisas avançam mas existem lacunas

Para o professor Wilson Bueno, doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo e membro da Comissão Científica do CBJA, é possível perceber que existem mais e melhores pesquisas em comunicação e meio ambiente no Brasil e que há um campo crescente de estudos fora do eixo Sul e Sudeste. Bueno vê que também há uma crescente melhora na abordagem na imprensa brasileira sobre o tema ambiental. Apesar dessas melhorias nos dois campos, há, para o professor, muito caminho a trilhar.

Sobre as pesquisas em jornalismo e comunicação ambiental, Wilson avalia que elas têm se concentrado mais na análise e coberturas da mídia, muitas vezes sem uma perspectiva crítica, ao evitar abordar temas como modelo de desenvolvimento e questão de consumo e desperdício. “Estamos voltados para temas planetários e nos esquecemos de temas que nos impactam localmente”, avalia. Para Bueno ainda há uma falta sensível de pesquisas de recepção e uma necessidade de maior reflexão sobre a comunicação das ONGs ambientalistas e sobre o papel do jornalismo local e regional na educação ambiental.

Por outro lado, Bueno constata que gradativamente os cursos de comunicação estão avançando em metodologia, e já há uma oferta razoável de cursos ou disciplinas nas grades curriculares dos cursos de graduação ou pós-graduação voltados para a problemática ambiental. O professor destaca ainda que assim como houve um avanço nas pesquisas, também há um amadurecimento no tratamento da questão ambiental pela imprensa brasileira, sobretudo ao jornalismo praticado por jovens repórteres.

No entanto, de acordo com Bueno, a pressão dos veículos e entidades patronais “despolitizam” coberturas, mascarando muitas vezes os reais ou principais causadores de danos e conflitos ambientais. “Criou-se tal aversão à militância, ao comprometimento efetivo, aos movimentos sociais, que jornalistas acabam tendo receio de tratar de conflitos reais, com o medo de serem considerados xiitas”, analisa. “As reportagens não podem ser sensacionalistas, têm que ser investigativas, comprometidas mesmo com a questão ambiental. Há ainda, infelizmente, uma percepção cosmética dos problemas e das soluções associados á atual crise ambiental”, finaliza.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Comunicação Ambiental será tema de oficina no 3CBJA

Assessoria CBJA - Os jornalistas Efraim Neto e Fabrício Ângelo realizarão no dia 18 de março, das 08 às 12h, durante o primeiro dia de atividades do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, uma oficina sobre Comunicação Ambiental. Durante a atividade serão abordados temas como jornalismo científico, ambiental, juventude e meio ambiente, democratização da informação ambiental, acrescido de debates atuais sobre a comunicação e a sustentabilidade.


Centrado no debate sobre a questão da comunicação e da participação da sociedade na tomada das decisões ambientais, a Oficina tem entre seus objetivos ser uma espaço de intercâmbio de experiências entre profissionais de comunicação e jovens estudantes de jornalismo. Temas como mudanças climáticas, águas, desenvolvimento sustentável, além da história do jornalismo em ciência e meio ambiente, serão apresentados durante a oficina.


3CBJA
Entre os dias 18 e 20 de março, Cuiabá será a sede da terceira edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que será realizado no Centro de Eventos do Pantanal. Desde a criação do Congresso, realizado em Santos- SP em 2005 pela Rede Brasileira de Jornalistas Ambientais – RBJA e Núcleo Paulista de Jornalismo Ambiental, as faculdades de comunicação começaram a olhar mais para questão ambiental e o tema começou a ser tratado com mais maturidade pela mídia brasileira.


Nesta terceira edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, o Núcleo de Ecomunicadores dos Matos – NEM, organização não governamental criada em 2005 por jornalistas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul traz o congresso para Mato Grosso, no centro do país, numa região que concentra ao mesmo tempo três importantes biomas (Cerrado, Pantantal e Amazônia) mas que luta para tirar o estigma de estado que mais desmata no país. Com a crise econômica global e num cenário cada vez mais utente de soluções e alternativas ambientais, que conciliem também o aspecto social e econômico, o 3CBJA se propõe a fazer análises sobre a suposta dicotomia entre desenvolvimento e meio ambiente, do ponto de vista jornalístico.

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