segunda-feira, 3 de maio de 2010

Parceria com empresa madeireira viabiliza aumento da produção de castanha-do-Brasil

A exploração sustentável de produtos não-madeireiros, como a castanha-do-Brasil nem sempre foi vista como economicamente viável. Na região noroeste de Mato Grosso, parcerias entre agricultores, indígenas, extrativistas, empresas, entidades não-governamentais e governos locais e estadual têm mostrado que essa opção não só é possível e viável economicamente, como já é uma realidade. No município de Juruena, a 920 km de Cuiabá, uma parceria inédita, entre uma empresa madeireira e uma cooperativa de pequenos produtores apoiados pelo projeto Poço de Carbono Juruena já começa a dar novos e bons frutos.

Um termo de cooperação técnica firmado entre a Rohden Indústria Lignea, Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (COOPAVAM), Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (ADERJUR) e o Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de Mato Grosso, executado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-MT), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai garantir o aumento da produção de castanha-do-Brasil de agricultores familiares do Município de Juruena, região Noroeste de Mato Grosso. Pelo termo de cooperação, firmado no mês passado, a empresa irá permitir a exploração de castanha na fazenda Rohsamar, que possui uma área de 25 mil hectares, cujo único uso até então, era o manejo florestal madeireiro de baixo impacto.

O objetivo da parceria é apoiar a produção e comercialização de produtos florestais não-madeireiros por agricultores familiares, como forma de valorizar a conservação e o uso sustentável da floresta. Para Felipe Stühler, diretor da Rohden, a cooperação ajuda a conscientizar a população de que é possível desenvolver o setor florestal com uso sustentável de produtos não-madeireiros. “A extração de castanha em nossa área ajuda o desenvolvimento do município, pois vai garantir o aumento da produção da cooperativa”, aponta. “Além disso, esta é uma forma também de ajudar a proteger a nossa área”, complementa.

Essa parceria foi viabilizada graças a iniciativa da Rohden Indústria Lignea, através de seu comprometimento com as questões socioambientais, e a ADERJUR, com o apoio do Projeto Poço de Carbono Juruena, projeto este patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental. O projeto Poço de Carbono Juruena selecionou inicialmente um grupo de nove agricultores que participará da coleta de castanha na fazenda. O primeiro passo será fazer um levantamento das castanheiras e a definição das áreas de coleta, que será efetuada em etapas. Paulo César Nunes, coordenador técnico do projeto Poço de Carbono Juruena explica que a meta é que os agricultores possam atingir uma produção anual de 100 toneladas de castanha, que atualmente está em 65 toneladas. “A fazenda é a maior área de floresta particular do município e a Rohden, que está há 30 anos na região, é uma empresa responsável”, avaliza.

De acordo com o coordenador, o interesse por esta parceria já existia há pelo menos quatro anos, mas com a realização do projeto, foi possível garantir sua viabilização. O grupo de agricultores selecionado está recebendo treinamento para entrar na área de maneira que a coleta respeite a regeneração natural da espécie e a fauna local, a qual precisa de uma parte das castanhas para alimentação, que seja sempre usado o equipamento de proteção individual (EPI), oferecidos pelo projeto. Toda a produção será registrada para demonstrar a viabilidade da extração e a partir de 2011 será feita a medição de biomassa das castanheiras, para estimar o estoque de carbono sendo conservado nestas árvores na floresta. Simultaneamente os agricultores serão capacitados para a produção de um mapa dos castanhais com uso de GPS para facilitar a coleta e o transporte da castanha dentro da floresta.

Para Irineu José Bach, diretor de produção da Coopavam, a parceria, além de viabilizar o aumento da produção, irá ajudar a reduzir os custos de sua produção. “A extração de castanhas na área do assentamento não é suficiente para a nossa produção, por isso compramos de extrativistas parceiros, como é o caso dos índios Rikbaktsa”, explica. “Como a área da Rohden é vizinha do assentamento, nós podemos aumentar a produção sem aumentar muito o custo dessa produção”, completa.

A fábrica de castanha da Coopavam teve início em 2008 e em dois anos já aumentou sua produção em 50%, envolvendo 14 famílias do assentamento Vale do Amanhecer. Apesar desse rápido crescimento, Irineu Bach, garante que é a soma de esforços e parcerias que vem garantindo o resultado. Além dos parceiros na região, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) tem sido muito importante para realização de seus negócios. Atualmente vendem castanha sem casca para a CONAB, distribuindo o produto na merenda escolar em 06 Municípios da região e para mais duas grandes empresas, além disso, estão desenvolvendo castanha com sabores, como salsa, cebolinha e churrasco, ainda em fase de testes.

Projeto Poço de Carbono

O objetivo central do projeto é demonstrar a viabilidade econômica de seqüestro de carbono por meio de Sistemas Agroflorestais – SAFs, que, além de fixar o carbono no Município de Juruena, gerar renda aos pequenos e médios agricultores rurais de forma associada e participativa. A expectativa é que seja um modelo de projeto de desenvolvimento rural e conservação ambiental que tem como alavanca, a futura venda de créditos de carbono. O projeto será desenvolvido com 150 agricultores, envolvendo uma área de 660 hectares com Sistemas Agroflorestais-SAFs e 7.000 hectares de área onde o desmatamento será evitado.

Rohden

Desde sua criação, a Rohden se preocupa com a sustentabilidade do seu empreendimento. Desde que veio para Mato Grosso há 30 anos, possui plano de manejo florestal desde 1992 e conquistou, em 2003, o selo FSC (Forest Stewardship Council), o selo verde mais reconhecido do mundo, com presença em mais de 75 países e em todos os continentes. A empresa possui um programa de Educação Ambiental com a Secretaria Municipal de Educação de Juruena para difundir princípios de exploração sustentável dos recursos naturais. Pela sua trajetória e responsabilidade socioambiental já firmou parcerias de pesquisas com universidades, como a Universidade Federal de Mato Grosso e a Universidade de Cornell durante o Programa LBA/NASA. A base de seu negócio é a fabricação de portas maciças, batentes, móveis de jardim, deck, portas externas e madeiras semi-elaboradas, entre outros produtos.

Saiba mais em: www.carbonojuruena.org.br

terça-feira, 27 de abril de 2010

Projeto investe em agroflorestas na Amazônia para seqüestrar carbono

ASSESSORIA - Recuperar áreas degradadas com sistemas agroflorestais (SAFs) para fixação de carbono e geração de renda. Esta é a proposta do projeto Poço de Carbono Juruena que está sendo executado no município, a 830 km de Cuiabá-MT. Implementado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena – ADERJUR e com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental, o projeto irá envolver cerca de 150 famílias, entre pequenos e médios agricultores, além do estabelecimento de diversas parcerias para que em dois anos cerca de 660 hectares sejam recuperados e outros sete mil hectares tenham seu desmatamento evitado pelo estímulo a atividades econômicas que conservam a floresta.

“Nós temos a oportunidade de sermos uma referência na adoção de SAFs para seqüestro de carbono e induzir novas formas de produção, menos impactantes para a biodiversidade local”, aponta Paulo Nunes, coordenador técnico do projeto. “Para trabalhar com a agricultura familiar numa região como o Noroeste de Mato Grosso tem que levar em conta a agregação de valor aos produtos e a geração de renda, pois há enormes dificuldades no desenvolvimento de atividades, seja por conta da distância do mercado consumidor, seja pela falta de infra-estrutura para escoamento da produção”.

Para atingir os resultados esperados o Poço de Carbono Juruena irá beneficiar as comunidades Assentamento Vale do Amanhecer, Gleba 13 de Maio, Comunidade Santo Antônio, Linhas: Sapucaia, Sorriso, Jota, Monte Azul e Vale do Canamã. A seleção das famílias se deu por meio de reuniões e oficinas de sensibilização onde os técnicos do projeto apresentaram a proposta de implantação dos SAFs, baseados em quatro modelos: quintais produtivos, cafezais com sombreamento, palmeiras e silvopastoris. A escolha desses sistemas levou em conta diversos aspectos, como a agregação de renda, sustentabilidade, segurança alimentar e tradição com a cultura, além de intercalar espécies madeireiras, frutíferas, palmáceas comerciais e espécies fixadoras de nitrogênio.

De acordo com o interesse e área a ser recuperada de cada agricultor, é feito um estudo sobre as possibilidades de consórcios de espécies, mas a decisão de quais serão plantadas é de cada produtor. Os técnicos do projeto irão fornecer mudas e todo acompanhamento técnico necessário para que na seleção das espécies plantadas possam vir a gerar renda a pequeno, médio e longo prazos, assim como garantir a fixação de carbono por meio de espécies como a castanheira, a seringa, o ipê, entre outras.

José Lorivaldo de Souza está desde 1998 em seu lote, que é diferente do modelo de ocupação daquele comumente encontrado na região. Ele consorcia plantas, “planta árvores com capim para o boi ter sombra”, tem uma produção diversificada de arroz, mandioca, cupuaçu, limão, laranja, jambo, jabuticaba e outras duzentas espécies. Nem todas são para garantir renda, conforme ele mesmo explica, mas para o solo ter qualidade e para sua alimentação. Mesmo com essa diversidade e se considerando uma exceção na região, seu Loro, como é conhecido, quis fazer parte do projeto. “Sempre tive um lado de preservação, mas claro que fazia algumas coisas erradas. Com apoio a gente consegue fazer mais coisas da forma certa”, explica.

Já Cecílio Rosa é um mineiro da região de Governador Valadares que foi jovem para os Estados Unidos em busca de um futuro melhor. Depois de sete anos fazendo bicos e trabalhando em diversos empregos de forma árdua, juntou dinheiro, voltou ao Brasil e hoje cria gado leiteiro, produz arroz e milho e investe em piscicultura no município. Entrar para o projeto é uma oportunidade para ele recuperar a área de preservação permanente da represa onde cria os peixes. “Fiz os cálculos e ia sair R$ 1,50 cada muda para recuperar a APP, agora eu vou ter as mudas de graça. Vou entrar apenas com meu trabalho”, explica. “Quero plantar ipê, garrote, cupuaçu, castanheira e outras espécies. Vai ficar mais bonito, com um clima melhor para viver como é na floresta e meus netos e bisnetos terão renda com as árvores que vamos plantar”, anima-se.

Saiba mais sobre o Poço de Carbono Juruena
Além da implantação dos SAFs, o projeto investe em ações de Educação Ambiental e apóia formas de organização social em torno do planejamento e gestão para conservação de reservas legais e recuperação de áreas alteradas, ajudando a firmar parcerias como a da madeireira Rohden que vai permitir a extração de castanhas-do-Brasil da sua área por agricultores de uma cooperativa, ou da Secretaria Municipal de Educação, que compra biscoitos de castanha de uma associação de mulheres para reforçar a merenda escolar.

A escolha do município de Juruena para realização do projeto é porque, além de ser a sede da ADERJUR, há a atuação de diversos parceiros como o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Juruena, Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (COOPAVAM) e do projeto “Conservação da Biodiversidade e Uso Sustentável das Florestas de Fronteira do Noroeste de Mato Grosso”, executado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) além de uma forte rede de parcerias contribuindo para a maior chance de sucesso de novos empreendimentos.

Sobre a ADERJUR
A Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR foi fundada em 1994 e sua principal finalidade é realizar atividades que contribuam com o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar rural, de uma forma que possibilite trazer melhoria da qualidade de vida para seus associados, beneficiários e parceiros. Funciona como uma “central das associações”, buscando apoiar todas as comunidades do município através das demais associações constituídas nas comunidades, corroborando com projetos em parcerias.Através do Programa de Apoio Direto às Iniciativas Comunitárias – PADIC, da Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso, conseguiu implantar uma agroindústria para despolpar frutas, processando parte da produção do município de Juruena.

A ADERJUR, em parceria com o INCRA, trabalhou na proposta de adequação ambiental do assentamento Vale do Amanhecer visando valorizar a Reserva Legal comunitária, a partir da implantação de uma Unidade de Beneficiamento de Castanha do Brasil e recuperar áreas degradadas a partir da implantação de sistemas Agroflorestais. Hoje o assentamento conta com uma unidade de Beneficiamento de Castanha do Brasil com capacidade de beneficiamento de 10 toneladas/mês, beneficiando a produção de castanha dos agricultores familiares dos assentamentos, índios das etnias Rikbaktsa e os seringueiros da Reserva Extrativista dos rios Guariba e Roosevelt.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Participantes do CBJA repudiam proposta que descaracteriza ZSEE de Mato Grosso

NOTA DE REPÚDIO E COBRANÇA POPULAR

Nós, membros da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental e participantes do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, reunidos em Cuiabá de 18 a 20 março, REPUDIAMOS:

1 – A forma de condução atual da proposta do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico (ZSEE) de Mato Grosso na Assembleia Legislativa do Estado pelos deputados estaduais e membros da Comissão Especial, com a inclusão repentina do substitutivo integral número 2 assinado pelas lideranças partidárias. Se aprovada, tal proposta, trará perda irreparável sob todas as abordagens para as áreas de interesse ambiental de Mato Grosso, como a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, além de desconsiderar a importância das populações tradicionais, indígenas e produtores familiares.

2 – O debate que se estabeleceu na apreciação do Código Florestal no Congresso Nacional, ao se va lorizar apenas o interesse exploratório para favorecer o setor econômico que defende, a qualquer custo, a exportação de matérias-primas ou commodities agrícolas, minerais e extrativistas, particularmente da Amazônia e do Cerrado.

Diante de tal conjuntura, SUGERIMOS:

1 – Transparência que exige a representação parlamentar perante à opinião pública para acatar, no trâmite do Zoneamento, os debates de 15 audiências públicas realizadas em 2009 e os 20 anos de estudos do tema.

2 – Manter em discussão e apreciação o substitutivo integral número 1, resultado que respeita o trabalho técnico de 20 anos e as contribuições da sociedade colhidas nos últimos anos.

3 – A cobrança popular aos parlamentares de Mato Grosso e do Brasil diante da aprovação do substitutivo 2 do Zoneamento e do Código Florestal com mudanças guiadas só pelo interesse eleitoral e mercadológico.

Cuiabá, 20 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental: Inscrições pela internet terminam dia 15

Ainda dá tempo de se inscrever para o 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA) pela internet. O prazo vai até o dia 15 de março, segunda-feira. Após esta data as inscrições só poderão ser realizadas no local do Congresso, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, nos dias 18 e 19 em horário comercial.

Ao fazer a inscrição pela internet, o congressista tem como escolher até duas oficinas entre as quatro ofertadas: Jornalismo Ambiental e Agrobusiness, Comunicação Ambiental; Mudanças climáticas: a cobertura de um tema complexo e As novas pautas da sustentabilidade. No entanto, as vagas para as oficinas são limitadas e a garantia da inscrição é o comprovante de depósito que dever ser enviado por email ou fax, conforme instruções no site.

Os estudantes que optarem em fazer a inscrição no local do evento não podem se esquecer de levar comprovantes de que estão estudando. Sem essa comprovação não será possível pagar o valor especial para estudantes, que é de 60 reais e vale para acadêmicos, pós-graduandos, mestrandos e doutorandos.

Clique aqui para fazer sua inscrição

Outras informações

No Centro de Eventos do Pantanal haverá um restaurante a disposição dos congressistas, para não haver a necessidade de deslocamentos entre as mesas-redondas. É possível ir de ônibus para o Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. Os ônibus da linha 604 (Jardim Gramado) passa em frente a maioria dos hotéis selecionados para o Congresso.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Senadora Marina Silva confirma presença no Congresso

Assessoria CBJA - A Senadora Marina Silva confirmou hoje a participação como conferencista no 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. Ela estará presente na tarde do segundo dia do evento, em uma conferência extra, junto com o ambientalista Sérgio Guimarães, de Mato Grosso.


Convidada para a conferência de abertura, a senadora só conseguiu abrir sua agenda para o segundo dia do congresso, quando vai discutir o tema central do evento: até onde vai o desenvolvimento que não considera os limites dos ecossistemas? A palestra está marcada para as 16h do dia 19 de março, e a mesa será dividida com o ambientalista de Mato Grosso Sérgio Guimarães, coordenador de Políticas Públicas do Instituto Centro de Vida. Antes da palestra, haverá uma coletiva de imprensa com a senadora.

O 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental acontece entre os 18 e 20 de março, em Cuiabá, no Centro de Eventos do Pantanal. Entre os objetivos do evento estão a contribuição para o debate sobre desenvolvimento e meio ambiente, qualificação profissional na construção de pautas sobre a temática ambiental, apuração de informações e produção de conteúdos jornalísticos.

Esta terceira edição é organizada pelo o Núcleo de Ecomunicadores dos Matos (NEM), organização não governamental criada em 2005 por jornalistas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e pela Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental.

Para se inscrever no 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental,clique aqui

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domingo, 7 de março de 2010

Trabalhos científicos serão apresentados em quatro sessões

Assessoria CBJA - Os trabalhos aprovados na Mostra Científica do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental serão apresentados em quatro sessões consecutivas no dia 18 de março. Apenas dois, dos congressistas que tiverem trabalhos aprovados, não poderão comparecer para a apresentação oral. As quatro sessões serão coordenadas por uma dupla de professores que analisaram os trabalhos, seguidas de discussões entre os participantes.

Esta é a segunda edição da mostra científica que ocorre no Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. A primeira edição aconteceu em Porto Alegre, em 2007. Esta edição conta com a participação de oito pareceristas ad hoc, todos mestre e doutores, membros da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental, bem como o apoio da Capes e do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Para conhecer os trabalhos aprovados clique aqui.

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Oficina aborda mudanças climáticas no CBJA

Assessoria CBJA - Desde que vivou assunto popular na mídia, o tema das mudanças climáticas trouxe junto com as manchetes alarmantes uma enxurrada de termos técnico-científicos, além de uma infinidade de siglas. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), CO² equivalente, Pós-Kyoto, Redd, GEE e por aí vai. Como um jornalista deve se preparar para lidar com esse universo temático? Este é o tema da oficina Mudanças climáticas: a cobertura de um tema complexo, ministrada pelo jornalista José Alberto Gonçalves.

Muito além de um manual para decorar siglas e fórmulas, a oficina vai abordar dúvidas que têm sido comuns entre jornalistas, e mesmo em públicos mais especializados. Qual a relação entre Rio-92, Kyoto, Bali e Copenhague? Que papel hoje é desempenhado pelas economias emergentes nas negociações climáticas? Qual a influência das negociações na transição para uma economia de baixo carbono? Como lidar com a incerteza científica na produção de reportagens sobre o tema climático?

São algumas dúvidas que mostram quão complexa é a discussão sobre mudanças climáticas. Cabe ao profissional de comunicação traduzir tal complexidade para diferentes públicos em uma maneira clara e contextualizada, que relacione grandes e complicados temas com o cotidiano.

Mais que um agregador de opiniões e dados em um texto, post ou transmissão eletrônica, o jornalista é um mediador social. Como tal, o profissional de comunicação precisa dominar conceitos básicos em mudanças climáticas e relacioná-la com o contexto político, econômico, social e ambiental mais amplo. Só assim é possível ajudar o leitor, ouvinte ou telespectador a entender como tal ou qual fato, dado, descoberta e opinião influenciam mudanças econômicas, políticas, sociais, ambientais e na sua vida.

A oficina será ministrada pelo jornalista José Alberto Gonçalves, bacharel em Comunicação Social e História pela Universidade de São Paulo, onde também obteve o título de mestre em Ciências da Comunicação. Atua como repórter freelance para publicações especializadas em meio ambiente e sustentabilidade como Terra da Gente e Página 22 e veículos da grande imprensa, como a revista Exame. Foi repórter de economia e agronegócio na Folha de S.Paulo e na Gazeta Mercantil. Cobriu as conferências sobre biodiversidade em Curitiba (2006). de mudanças climáticas em Bali (2007) e também esteve em Copenhague no ano passado.

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segunda-feira, 1 de março de 2010

Congresso de Jornalismo Ambiental discute projetos de integração da América do Sul

Assessoria CBJA - A Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) será um dos principais focos de discussões do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, em Cuiabá (MT). Na manhã do dia 19 de março, duas mesas redondas vão discutir o tema em torno de três questões centrais: o Brasil precisa dessas obra? Quem será beneficiado, quem sairá prejudicado?

Representantes de diversos segmentos envolvidos na questão vão participar dos debates. Na primeira mesa, o jornalista do Blog da Amazônia, no portal Terra, Altino Machado, irá moderar o debate entre o representante do Ministério do Desenvolvimento, Eduardo Rodrigues e o diretor executivo da Ong Ecoa, Alcides Faria. Na segunda mesa, o o jornalista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Carlos Tautz, coordenará a discussão entre o o jornalista uruguaio Victor Bacchetta, autor de “A Fraude da Celulose”, a pesquisadora da Associação de Defesa Etnoambiental (Kaninde), Telma Monteiro e o pesquisador e educador da Ong Fase Amazônia, Guilherme Carvalho.

IIRSA – Pouco conhecida para a maioria da população sul-americana, a Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana (IIRSA) é um processo multisetorial que pretende desenvolver e integrar as áreas de transporte, energia e telecomunicações da América do Sul, em dez anos. Lançado em 2000, durante a Reunião dos Presidentes da América do Sul, as obras chaves da IIRSA são de grande proporção física e podem causar sérios impactos sociais e ambientais, como o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira (Amazônia) e do Complexo Hidrelétrico Garabi (rio Uruguai, fronteira do Brasil com Argentina).

Doze países fazem parte da iniciativa e sua base de planejamento têm dez eixos de integração da América do Sul que abrangem faixas geográficas de vários países que concentram ou possuem potencial para desenvolver bons fluxos comerciais. A ideia é formar cadeias produtivas e assim estimular o "desenvolvimento regional". A coordenação operacional da IIRSA está a cargo da Corporación Andina de Fomento (CAF), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). Envolve doze países.

Para o jornalista Altino Machado é importante que o IIRSA esteja em debate no Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental porque os empreendimentos de integração da América do Sul já estão causando sérios impactos. “São obras de grande magnitude que estão fora do foco da mídia e longe dos centros das cidades. Elas são realizadas onde há rios, biodiversidade e populações muito vulneráveis”, diz.

Machado mora no Acre, um dos Estados por onde passa a Rodovia Interoceânica, obra do IIRSA que liga regiões brasileiras produtoras de grãos e gado aos portos peruanos. “Aqui não vemos um fluxo de turistas atraídos pela estrada, mas um acréscimo das apreensões de drogas na fronteira. Em Rio Branco e nas cidades que estão próximas da Interoceânica há jovens que vendem pasta base. No Peru, em Madre de Dios, região de exploração de ouro, os garimpos trazem impactos para uma região muito sensível da floresta amazônica, além de problemas como prostituição e trabalho infantil nos locais de mineração”, afirma.

Segundo o jornalista, os debates no Congresso serão uma oportunidade para que os comunicadores possam levar as discussões sobre a IIRSA para a sociedade “que segue indiferente ao assunto porque não dispõe de informações e não tem forças para se contrapor às iniciativas da IIRSA, que atingem, não só ao meio ambiente, mas também a juventude e os indígenas nas regiões por onde passa”, afirma.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Oficina em Juruena capacita agricultores e indígenas para Pagamentos de Serviços Ambientais


ASSESSORIA - Recuperar o passivo ambiental de forma produtiva e avaliar os serviços ambientais da região. Estes são os temas da “Oficina de Capacitação sobre Monitoramento de Carbono em Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Pagamento de Serviços Ambientais no Noroeste de Mato Grosso”, que acontece até sexta-feira (26), em Juruena.

Cerca de 80 pessoas, entre lideranças de agricultores familiares, técnicos e indígenas estão se capacitando para entender sobre um tema que está cada vez mais próximo da agricultura familiar e comunidades tradicionais. “Existe uma série de iniciativas de dentro e fora do país em relação a remuneração a conservação de florestas e nós sentimos a necessidade de capacitar estas famílias”, explica Paulo César Nunes, técnico do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

De acordo com Nunes, a região Noroeste de Mato Grosso, por conter significativas áreas de floresta em pleno arco do desmatamento e com uma diversidade biológica e cultural relevantes é foco de ações de diversos projetos e considerada prioritária para implementação de Pagamentos de Serviços Ambientais e de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD). Por conta da existência de projetos como o “Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de Mato Grosso”, executado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-MT), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), já havia na população e entre os agricultores uma perspectiva de que isso pudesse acontecer.

“Em função de estudos e trabalhos realizados foi sentida a necessidade, não só pela ansiedade deles, mas pelos dados, que era o momento de começar a mostrar os resultados, as ferramentas de como medir o carbono e a negociação frente aos projetos de PSA que vão surgir mais pra frente”, avalia Nunes. Na região já existem cerca de 1.400 hectares de sistemas agroflorestais e outras possibilidades de desenvolvimento sustentável, como a produção de castanha-do-Brasil, seringa, palmito de pupunha cultivada que vem se consolidando. “Essa base bem referendada de recuperação de áreas e possibilidades de desenvolvimento sustentável possibilitam que os pagamentos de serviços ambientais possam vir a ser um incremento nas rendas dessas famílias”, destaca.

A oficina é uma realização conjunta do projeto “Poço de Carbono Juruena”, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena – ADERJUR, com patrocínio do programa Petrobras Ambiental e pelo projeto “Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de Mato Grosso”.

Pagamentos por serviços ambientais ainda é uma realidade distante

ASSESSORIA - “Quando é que vai acontecer esse pagamento, quando esses recursos vão chegar?” Esta é uma das dúvidas de Luiz Vieira do Nascimento, mais conhecido como Luizão, que possui um lote no PA Nova Cotriguaçu, a 60 km da sede do município. Para ele, as pessoas têm pressa porque o desmatamento continua acontecendo na região e em outros estados brasileiros já existem experimentos em PSA.

Luizão é uma referência no Noroeste de Mato Grosso por ser um ativo defensor dos sistemas agroflorestais, produzindo em seu lote de 100 hectares mais de 80 espécies de plantas, sendo uma grande parte delas nativas. “Pra fazer o que eu fiz e o que eu tenho hoje eu passei dificuldade. Eu tenho renda do cacau, do café e da pupunha e tem uma renda dos arvoredos que tá crescendo que é uma faculdade para os meus filhos”, diz. “Estou contente e espero que mais companheiros façam o que estou fazendo. Já tem sete parceleiros que estão interessados e querem entrar nos SAFs também”, comemora.

Apesar dessa pressa e das condições favoráveis de Luizão e outros agricultores, organizadores e palestrantes da oficina tem sido bem cautelosos quanto a vinda desses recursos. A afirmação de Paulo Nunes, técnico do PNUD, é a de que é preciso entender melhor os mecanismos dos serviços ambientais tanto na parte técnica quanto política para que essas comunidades possam ter mais capacidade de argumentação quando forem negociar contratos desse porte.

Marcos Tito, um dos palestrantes da oficina e que faz parte do Centro Mundial Agroflorestal (ICRAF), entidade com sede na África e que atua em vários países amazônicos argumenta que são questões complexas e que ainda há muitas perguntas a serem respondidas. Como implementar um projeto de PSA (Pagamento de Serviços Ambientais) numa região em que os títulos de propriedades se sobrepõem? Como fazer valer um projeto em terras indígenas que historicamente conservam melhor seus recursos naturais?

Paulo Nunes vai além e explica que não é isso que vai dar lucro. “Não é só carbono que se tem na floresta, não é isso que vai dar lucro. Tem que somar com outras atividades produtivas que valorizam a floresta, como os SAFs”, finaliza.

Projeto comprova mudanças significativas na região Noroeste

ASSESSORIA - Entre os vários componentes do projeto “Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de Mato Grosso” executado pela SEMA em parceria com o PNUD, o desenvolvimento de atividades sustentáveis tem gerados bons frutos. Em dez anos de projeto foram implantados cerca de 1.400 hectares de sistemas agroflorestais nos sete municípios da região. Além disso, 30 áreas são consideradas unidades demonstrativas, ou seja, foram tão bem desenvolvidas pelos agricultores que servem de referência para outros agricultores que queiram conhecer as técnicas de SAFs.

Além desse resultado, o projeto abriu portas para que novos investimentos fossem feitos na região como os projetos União dos Povos da Floresta para a proteção dos rios Juruena e Aripuanã, executado pelo Sindicato de Trabalhadores Rurais de Aripuanã e o Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena – ADERJUR, ambos patrocinados pelo Programa Petrobras Ambiental.

Com o projeto União dos Povos da Floresta agricultores, seringueiros e indígenas vem melhorando a extração e comercialização de castanha-do-Brasil e látex. Além disso, outros investimentos como em Educação Ambiental e implantação de viveiros em vários municípios. Já pelo Poço de Carbono, que teve início em janeiro deste ano, a expectativa é envolver 150 agricultores, com 660 hectares com SAFs, cuja meta é evitar o desmatamento de 7 mil hectares em comunidades e assentamentos no município de Juruena.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Governo de MT estimula produtos da sociobiodiversidade

André Alves - Especial Sema - MT - Depois do governo federal, Mato Grosso também vai estimular a criação e fortalecimento de cadeias de produtos da sociobiodiversidade. Uma câmara técnica envolvendo diversos órgãos das duas instâncias de governos como o MT Regional, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Companhia Nacional de Abastecimento-CONAB, Sebrae, e Embrapa, em consonância com a Política Nacional, elegeu a castanha do Brasil como carro chefe para Mato Grosso. O objetivo é fortalecer a produção e comercialização de produtos extrativistas no Estado, aliando conservação da floresta com geração de renda para os povos da floresta, indígenas e extrativistas e para agricultores familiares.

Pela proposta do governo de Mato Grosso será feito um diagnóstico da produção da castanha no estado para estabelecer quais os gargalos do escoamento dessa produção. “Vamos começar com a castanha do Brasil pra iniciar o trabalho da cadeia da sociobiodiversidade, tudo o que der certo vamos replicar para outros produtos como o pequi e cumbaru”, analisa Sanny Saggin, gerente de cadeia produtiva dos produtos da sociobiodiversidade e ações ambientais do MT Regional.
“Nós procuramos formas de agregar renda na floresta em pé e isso vai ao encontro da nossa política para frear o desmatamento”, explica Saggin. “Nós não temos esse tipo de cultura mas precisamos mostrar que existem formas rentáveis de extrativismo”, complementa se referindo a outras experiências em estados amazônicos, sobretudo, Acre, Pará, Amazonas e Rondônia.
Para Fernando Allegretti, consultor contratado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA-MT que auxiliará a Câmara Técnica de Produtos da Sociobiodiversidade, existem projetos em desenvolvimento há dez anos no noroeste de Mato Grosso que já mostraram a viabilidade da extração da castanha do Brasil, principalmente visando o mercado externo. “A Bolívia produz castanha visando à exportação com uma tecnologia melhor que a nossa ainda que sem a nossa quantidade”, verifica Allegretti.

“As pessoas precisam aprender a valorizar os produtos da floresta. Estados se desenvolveram em produção agroextrativista, sobretudo no estado do Acre com as extrações da castanha e da seringa”, exemplifica. Para o consultor, Mato Grosso tem condições econômicas e sociais de ter a base agrícola tradicional e a extração florestal.

O melhor exemplo em Mato Grosso sobre uso sustentável dos recursos naturais e conservação ambiental é apoiado pelo projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de Mato Grosso, executado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-MT), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). São beneficiadas dezenas de famílias dos povos indígenas Rikbaktsa e Zoró, os seringueiros da RESEX Estadual Guariba - Roosevelt e os agricultores familiares do projeto de assentamento Vale do Amanhecer, em Juruena.

“Extração florestal faz parte da agricultura familiar”

André Alves - Especial para SEMA-MT - De acordo com Fernando Allegretti, a extração florestal faz parte da agricultura familiar. “O extrativista, coletor de castanha, também é pescador e coleta a seringa e a pupunha, e o interessante no noroeste do estado é que já há algo estruturado entre os índios, agricultores familiares e extrativistas”, analisa. Para o consultor, é o exemplo perfeito onde as comunidades usam suas expertises para produção extrativista sem concorrer internamente.

Os índios Rikbaktsa, por exemplo, possuem áreas ricas em castanhas do Brasil. Agricultores em Juruena possuem uma indústria de beneficiamento destas castanhas e os extrativistas da Reserva Guariba-Roosevelt unem a extração e uma indústria de óleos. Esses atores, que antes eram adversários na região, hoje se unem conservando a floresta ao mesmo tempo em que geram renda. Para Allegretti os exemplos de negócios bem sucedidos não se encontram apenas entre as comunidades tradicionais. Empresas em Mato Grosso, Para e Amapá comercializam castanha e açaí e seus subprodutos comprando das comunidades por meio de comércio justo.

No entanto, avalia o consultor, é preciso que o Estado de Mato Grosso invista na cadeia de outros produtos além dos considerados âncora, como a castanha e a seringa, principalmente porque estes produtos não são encontrados em todo o Estado, mas em todas as regiões existem produtos nativos passíveis de renda. “É o mesmo caso da produção madeireira, exploramos poucas espécies e deixamos de lado a grande maioria do potencial”, explica.

Outro desafio é a gestão e o investimento na qualidade da produção. “Existe um mercado crescente para o orgânico mas se tem pouco acesso, as pessoas da região também gostariam de consumir esses produtos”, analisa. “A única exceção na Amazônia é o açaí, mas é um produto que era da dieta alimentar dos povos da Amazônia mas que atualmente é um produto caro”, finaliza.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Começa a corrida pelo REDD na Amazônia

REDE GTA - Um encontro encerrado hoje na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, discutiu os rumos de um programa estadual de REDD nesse estado. “Foi uma discussão muito movimentada”, afirmou o coordenador do regional Nortão Matogrossense da Rede GTA, Nilfo Wandscheer, enquanto deixava o local para tomar providências contra um despejo judicial de assentamento em Nova Mutum existente desde 2002, mas não oficializado pelo Incra, órgão do Ministério de Desenvolvimento Agrário.

REDD é uma sigla climática que significa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, ainda não regulamentada na Convenção de Mudanças Climáticas das Nações Unidas em seu último encontro de Copenhage, mas já movimentando atenções e interesses financeiros na Amazônia Brasileira.

Em Rondônia, a regional da Rede GTA e a Kanindé Etnoambiental apóiam a associação local dos engenheiros florestais (AREF) que realiza em 26 e 27 de fevereiro o primeiro seminário amazônico sobre seqüestro florestal de carbono e mudanças climáticas visando o acordo global pós-Kyoto. Com apoio do regional da Rede GTA e da Kanindé Etnoambiental, vai reunir especialistas do Ministério de Meio Ambiente, Ministério de Ciência e Tecnologia, Organização Mundial de Agricultura (FAO) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O site é www.seminarioco2.com.br

No Acre, o mês de fevereiro também é de consolidar as consultas sobre o Programa de Valorização do Ativo Ambiental em sua fração carbono, que corresponde ao REDD. “A gente renovou agora o conselho local e muitos companheiros estão dizendo que o valor oferecido pelo governo pela conservação do carbono ainda está baixo, mas sempre tem essa distância entre o querer e o poder”, comenta Manuel Cunha, presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS). O programa estadual inclui o apoio para certificações como de orgânicos ou manejo florestal que elevam o valor dos produtos e também o uso da leguminosa mucuna para recuperar áreas degradadas. E lembra que o estoque de carbono é apenas um dos serviços ambientais da floresta ao lado da biodiversidade, do fornecimento de água pura e da limpeza do ar.

A base do programa acriano foi o seu zoneamento econômico-ecológico (ZEE), que agora está em consulta para toda a Amazônia no site do Ministério do Meio Ambiente – www.mma.gov.br -, onde também fala diversas vezes no REDD.

Em dezembro um dos representantes indígenas no evento de Copenhage, Lúcio Terena (da COIAB, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), disse em entrevista para o site www.climaedesmatamento.org.br que “ainda não temos um modelo que deixe claro como vai ser, porque sem autonomia em uma terra indígena com projeto de REDD perdemos nosso modo de vida. O mercado também não é seguro, muda moeda, muda o custo do carbono. Com isso, se temos um contrato podemos perder”.


Desafios de implantação

Os movimentos sociais sabem que em 2004 surgiu uma das propostas pioneiras nesse assunto que foi o Proambiente (Programa de Desenvolvimento Sustentável da Produção Familiar na Amazônia), onde os serviços ambientais já eram colocados como um valor nas terras de comunidades da floresta e de pequenos agricultores. Surgido nos Gritos da Amazônia, organizados pela Fetagri (Federação de Trabalhadores na Agricultura do Pará) com apoio de outros movimentos, foi oficializado pelo governo federal e depois paralisado.

Na mesma entrevista de Lúcio Terena o presidente da Rede GTA, Rubens Gomes, afirmou que “os direitos reais de populações indígenas e tradicionais ainda não estão garantidos e precisam estar. São as populações que protegem a floresta, não os governos, mas nos acordos oficiais há escassez desses direitos e provoca fragilidade. Estive em 2008 na reunião sobre mudança climática realizada em Acra (Gana) e pude ver que as lideranças presentes (Ásia, África e Américas) eram na grande maioria de florestas públicas sem direito a território”.

Esse é um dos motivos para as reuniões de lideranças do GTA, do CNS e da COIAB em Manaus (AM) de 3 a 5 de março, em Porto Velho (RO) de 29 a 31 de março e em Belém (PA) de 14 a 16 de abril para definir critérios que orientem essa leva de projetos que está chegando à região. Os 8 princípios que orientam os critérios são o cumprimento da lei, a garantia de direitos, a distribuição de benefícios, a sustentabilidade econômica e redução de pobreza, a conservação ambiental, a participação dos atores desde a elaboração, a transparência e a coordenação. A consulta de que as reuniões fazem parte está em www.reddsocioambiental.org.br.

Demais estados

No Amazonas, a questão REDD acabou ficando concentrada na Fundação Amazonas Sustentável criada em 2007 pelo Governo do Estado com o Banco Bradesco. Atua em áreas públicas estaduais e criou mecanismos como a “bolsa floresta”, com pequena remuneração para as famílias das comunidades residentes. Embora com grande número de especialistas e personalidades em sua estrutura, personaliza sua imagem no diretor-geral Virgílio Viana. Mesmo que involuntariamente, isso reduz o campo de debate no estado.

No Tocantins ocorre um fenômeno semelhante, onde a questão fica mais visível no Instituto Ecológica, ONG criada em 2000 e uma das disseminadoras do método de carbono social, relacionado a padrões internacionais desenvolvidos pelo CCB (Clima, Comunidade e Biodiversidade). Entre seus projetos atuais está o gerenciamento de 3 mil hectares de floresta no Cerrado com financiamento da montadora Hyundai (www.hyundai.carbonfund.org).

No Pará, diversos projetos estão em andamento desde o primeiro semestre de 2009. Um deles, em São Félix do Xingu, é uma parceria do governo estadual com a ONG TNC (The Nature Conservancy). Em seu seminário de lançamento a diretora do Museu Goeldi, Ima Vieira, destacou a necessidade de resolver as questões de monitoramento de carbono (estimativas reais do que é estocado nas florestas e definição clara de degradação). E também dos mecanismos justos para pagamento por desmatamento evitado. “Se nós ficarmos atrelados somente ao mercado, traremos uma injustiça enorme aos setores que tem trajetórias mais corretas do ponto de vista ambiental como o extrativista, que é o que mantem a floresta efetivamente em pé”.

O próprio Museu Goeldi é um dos parceiros de outra proposta no Pará, ao lado das ONGs Imazon, Imaflora e Conservation International, do projeto REDD Calha Norte – uma imensa área contínua de 12,5 milhões de hectares ao norte do rio Amazonas entre as divisas com Amazonas e Amapá.

No Maranhão, apesar de discursos do governo sobre a questão dos recursos, não há projetos divulgados de REDD. Mas iniciativas locais como o Fundo Maranhão Solidário, unindo entidades para viabilizar pequenos empreendimentos de comunidades, ou as leis de babaçu livre, que preservam bosques de palmeiras, podem contribuir no debate além das próprias reservas marinhas dos pescadores artesanais.

No Amapá, o principal encaminhamento previsto pelo governo no final do ano passado era o fortalecimento estatal com a criação do Instituto Estadual de Florestas (IEF-AP) e do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial (IMAP), embora com aspectos de participação e conselhos. .

Em Roraima, a questão também parece estar pouco debatida. Alguns governadores parecem estar mais voltados para o aumento de fatia de recursos federais.

Críticas e alertas

Em outubro de 2009, dezenas de movimentos sociais e ambientais divulgaram a Carta de Belém, criticando os mecanismos de mercado para as mudanças climáticas. “As propostas de REDD em debate não diferenciam florestas nativas de monoculturas extensivas de árvores, e permitem aos atores econômicos – que historicamente destruíram os ecossistemas e expulsaram as populações que vivem neles – encontrarem nos mecanismos de valorização da floresta em pé maneiras de continuar e fortalecer seu poder econômico e político”.

O documento também alerta para o risco de países industrializados não reduzirem drasticamente suas emissões pela queima de combustíveis fósseis, mantendo um modelo de produção e de consumo insustentáveis. “No Brasil, as negociações internacionais sobre clima devem estar focadas na transição para um novo modelo de produção, distribuição e consumo, baseado na agroecologia, na economia solidária e numa matriz energética diversificada e descentralizada” (www.redd-monitor.org/2009/10/15/).

O REDD chegou na grande floresta e precisa ser orientado antes que vire apenas mais um grande negócio de intermediários. A questão colocada é se vai funcionar apenas de forma voluntária entre governos (como ocorre no Fundo Amazônia – www.fundoamazonia.gov.br), como forma de mercado também voluntário ou se vai ser uma compensação de mercado para obrigações dos grandes países poluidores.

Hoje, Brasil e China estão entre os cinco maiores emissores de gases-estufa do planeta mas estão unidos em que as obrigações compulsórias devem ficar apenas com os países industrializados desde o século 19, caso dos Estados Unidos e Europa. Esses são assuntos a serem resolvidos no final do ano, no México.

Antes disso, cabe aos movimentos sociais buscarem meios de orientar setores governamentais e empresariais sobre como deve ser a implantação dos projetos que já estão em andamento na Amazônia Brasileira.

(José Arnaldo de Oliveira, para a Rede GTA – www.gta.org.br )

Cuiabá sedia 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental

Entre os dias 18 e 20 de março, Cuiabá será a sede da terceira edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que será realizado no Centro de Eventos do Pantanal. Nesta terceira edição, o Núcleo de Ecomunicadores dos Matos – NEM, organização não governamental criada em 2005 por jornalistas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul traz o congresso para Mato Grosso.

Entre os objetivos do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental estão a contribuição para o debate entre desenvolvimento e meio ambiente, qualificação profissional na construção de pautas sobre a temática ambiental, apuração de informações e produção de conteúdos jornalísticos. Além disso, espera-se estimular o diálogo entre imprensa, empresas, governos, ONGs e movimentos sociais frente a questões ambientais, bem como incentivar a participação de estudantes e profissionais de Comunicação, em particular de Jornalismo, para a pesquisa e produção acadêmica na área ambiental. Para o jornalista André Alves, um dos organizadores do evento, trazer a edição do Congresso para Mato Grosso é um reconhecimento do amadurecimento da questão ambiental e do jornalismo especializado no Estado. “A nossa expectativa com a realização de um evento deste porte é mostrar a importância da qualificação profissional na cobertura ambiental, algo que nós já estamos fazendo mas que podemos e devemos dialogar com outras experiências”, pondera.

O 3º CBJA é voltado para jornalistas, estudantes e profissionais voltados a área de jornalismo. A expectativa é de trazer entre 300 a 500 congressistas, divididos entre jornalistas de diferentes regiões do país e da América Latina,que atuam na grande imprensa, assessorias, imprensa especializada, a imprensa alternativa, do terceiro setor, produtores independentes e academia. Espera-se que uma quantidade significativa de estudantes do ensino superior participe e por isso uma programação específica, com apresentação de trabalhos científicos está sendo montada com uma comissão que agrega várias universidades do Brasil.

A participação de profissionais de comunicação, stakeholders e líderes de ONGs e movimentos sociais está sendo estimulada não somente em oficinas como também nas principais discussões, visando garantir um debate aprofundado entre a imprensa e o intercâmbio de experiências. “Mato Grosso e Amazônia como um todo é muito mais do que desmatamento e belezas cênicas. Existe um leque muito grande de importantes pautas de interesse nacional e internacional que precisa ser enriquecido”, finaliza.

Inscrições e outras informações pelo site: www.cbja2010.org.br

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Oficinas têm vagas limitadas

Além da programação oficial do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, acontecerão no dia 18 de março quatro oficinas paralelas, ministradas por renomados jornalistas da área ambiental. No ato da inscrição via web é possível se inscrever em até duas oficinas, mas que só serão validadas após o envio do comprovante do pagamento da inscrição e do comprovante de ensino, se for o caso.

As oficinas, que tem vagas limitadas, serão realizadas em dupla pela manhã e pela tarde. Na manhão do dia 18 serão ministradas: Jornalismo Ambiental e Agrobusiness, com o professor doutor Wilson da Costa Bueno. Da Universidade Metodista de São Paulo – UMESP, e a oficina Comunicação Ambiental, com os jornalistas Efraim Neto e Fabrício Angelo.

No período da tarde será realizada a oficina, Mudanças climáticas: a cobertura de um tema complexo, com José Alberto Gonçalves e Elizabeth Oliveira. No mesmo período, os jornalistas Adalberto Marcondes e Reinaldo Canto, da Agencia Envolverde, ministrarão a oficina As novas pautas da sustentabilidade.

Além das oficinas, durante todo o dia 18 também haverá a apresentação dos trabalhos científicos e o credenciamento e entrega de materiais do CBJA. Já às 19:30 haverá a abertura oficial do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental.
Para se inscrever no 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, acesse: www.cbja2010.org.br

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Segunda edição da mostra científica traz trabalhos de todo o Brasil ao CBJA


As cinco regiões do Brasil estão contempladas na segunda edição da Mostra Científica de Jornalismo Ambiental que acontecerá durante o 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, entre os dias 18 a 20 de março em Cuiabá. Ao todo serão apresentados 20 trabalhos aprovados de acadêmicos de graduação e pós-graduação.

De acordo com a organizadora da Mostra Científica, a jornalista Gisele Neuls, é possível perceber que há um crescente interesse de pesquisadores sobre jornalismo ambiental. “Houve vários pedidos de submissão de artigos fora do prazo, e também para abertura de uma nova etapa de submissão”, explica. “Os trabalhos mostram preocupação com questões teóricas e epistemológicas, o que é muito importante para um campo de pesquisa se consolidar. Clima e Amazônia também apareceram com força entre os trabalhos avaliados”, complementa Neuls.

Para o jornalista Reges Schwaab, doutorando em comunicação pela UFRGS, é notável nesta edição a presença de trabalhos da região amazônica. “A sede desta edição favoreceu geograficamente essa participação. Isso é fundamental para percebermos olhares de quem vê uma das realidades ambientais mais comentadas do país da janela da sua casa, por exemplo”, ressalta.

Para os dois membros da Comissão Científica, os trabalhos que serão apresentados são diversos e abrangem desde relatos de trabalhos aplicados até resultados de pesquisas. E que há um campo muito grande em pesquisa no tema. Nas palavras de Schwaab é necessário “apurar o olhar” para entender melhor o aumento da abordagem ambiental no jornalismo brasileiro. “Alguns trabalhos apontam para isso e renovam a certeza de que a Mostra Científica merece ser mantida, ampliada e incentivada, trazendo ainda mais pesquisadores e jornalistas para a discussão”, finaliza.

A organização do CBJA lançou um edital no ano passado pelo qual foram inscritos 24 trabalhos acadêmicos. Uma comissão científica, formada por 8 professores de comunicação, com mestrado e doutorado avaliaram os trabalhos. Cada projeto foi avaliado por dois membros da comissão e no caso de divergências um terceiro parecerista analisava o trabalho. A relação dos trabalhos acadêmicos e o perfil da comissão científica estão no site do Congresso: http://www.cbja2010.org.br/ .

Pesquisas avançam mas existem lacunas

Para o professor Wilson Bueno, doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo e membro da Comissão Científica do CBJA, é possível perceber que existem mais e melhores pesquisas em comunicação e meio ambiente no Brasil e que há um campo crescente de estudos fora do eixo Sul e Sudeste. Bueno vê que também há uma crescente melhora na abordagem na imprensa brasileira sobre o tema ambiental. Apesar dessas melhorias nos dois campos, há, para o professor, muito caminho a trilhar.

Sobre as pesquisas em jornalismo e comunicação ambiental, Wilson avalia que elas têm se concentrado mais na análise e coberturas da mídia, muitas vezes sem uma perspectiva crítica, ao evitar abordar temas como modelo de desenvolvimento e questão de consumo e desperdício. “Estamos voltados para temas planetários e nos esquecemos de temas que nos impactam localmente”, avalia. Para Bueno ainda há uma falta sensível de pesquisas de recepção e uma necessidade de maior reflexão sobre a comunicação das ONGs ambientalistas e sobre o papel do jornalismo local e regional na educação ambiental.

Por outro lado, Bueno constata que gradativamente os cursos de comunicação estão avançando em metodologia, e já há uma oferta razoável de cursos ou disciplinas nas grades curriculares dos cursos de graduação ou pós-graduação voltados para a problemática ambiental. O professor destaca ainda que assim como houve um avanço nas pesquisas, também há um amadurecimento no tratamento da questão ambiental pela imprensa brasileira, sobretudo ao jornalismo praticado por jovens repórteres.

No entanto, de acordo com Bueno, a pressão dos veículos e entidades patronais “despolitizam” coberturas, mascarando muitas vezes os reais ou principais causadores de danos e conflitos ambientais. “Criou-se tal aversão à militância, ao comprometimento efetivo, aos movimentos sociais, que jornalistas acabam tendo receio de tratar de conflitos reais, com o medo de serem considerados xiitas”, analisa. “As reportagens não podem ser sensacionalistas, têm que ser investigativas, comprometidas mesmo com a questão ambiental. Há ainda, infelizmente, uma percepção cosmética dos problemas e das soluções associados á atual crise ambiental”, finaliza.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Comunicação Ambiental será tema de oficina no 3CBJA

Assessoria CBJA - Os jornalistas Efraim Neto e Fabrício Ângelo realizarão no dia 18 de março, das 08 às 12h, durante o primeiro dia de atividades do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, uma oficina sobre Comunicação Ambiental. Durante a atividade serão abordados temas como jornalismo científico, ambiental, juventude e meio ambiente, democratização da informação ambiental, acrescido de debates atuais sobre a comunicação e a sustentabilidade.


Centrado no debate sobre a questão da comunicação e da participação da sociedade na tomada das decisões ambientais, a Oficina tem entre seus objetivos ser uma espaço de intercâmbio de experiências entre profissionais de comunicação e jovens estudantes de jornalismo. Temas como mudanças climáticas, águas, desenvolvimento sustentável, além da história do jornalismo em ciência e meio ambiente, serão apresentados durante a oficina.


3CBJA
Entre os dias 18 e 20 de março, Cuiabá será a sede da terceira edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que será realizado no Centro de Eventos do Pantanal. Desde a criação do Congresso, realizado em Santos- SP em 2005 pela Rede Brasileira de Jornalistas Ambientais – RBJA e Núcleo Paulista de Jornalismo Ambiental, as faculdades de comunicação começaram a olhar mais para questão ambiental e o tema começou a ser tratado com mais maturidade pela mídia brasileira.


Nesta terceira edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, o Núcleo de Ecomunicadores dos Matos – NEM, organização não governamental criada em 2005 por jornalistas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul traz o congresso para Mato Grosso, no centro do país, numa região que concentra ao mesmo tempo três importantes biomas (Cerrado, Pantantal e Amazônia) mas que luta para tirar o estigma de estado que mais desmata no país. Com a crise econômica global e num cenário cada vez mais utente de soluções e alternativas ambientais, que conciliem também o aspecto social e econômico, o 3CBJA se propõe a fazer análises sobre a suposta dicotomia entre desenvolvimento e meio ambiente, do ponto de vista jornalístico.

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