terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mato Grosso no Prêmio Chico Mendes

[Assessoria MMA] - O Ministério do Meio Ambiente divulga nesta terça-feira (24/11) os nomes dos vencedores do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente, edição 2009. Os consagrados deste certame foram premiados em seis categorias: Liderança Individual, Jacir José de Souza - Roraima; Organização da Sociedade Civil, Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (Oela) - Amazonas; Instituto Florestal Tropicial (IFT) - Pará; Negócios Sustentáveis, Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona) - Pará; Educação Ambiental, Associação de Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes de Assis Brasil (Amopreab) - Acre; Saúde e Meio Ambiente, CNS Secretaria da Mulher Extrativista - Pará; Município, Marcelândia, Mato Grosso.

A Comissão Julgadora decidiu conferir Menção Honrosa às Categorias Liderança Individual, Anderson Candiotto - Mato Grosso; Organização da Sociedade Civil, Instituto Florestal Tropical Pará; Negócios Sustentáveis, Associação Terra Viva de Agricultura Alternativa e Educação Ambiental Mato Grosso; Educação Ambiental, Nativa FM, Associação Rádio Comunitária de Altamira Pará; e Município, Município de Rio Branco Acre.

Concorreram ao prêmio mais de 80 projetos de diferentes regiões do país, sendo a maior parte procedente da Amazônia Legal. O julgamento foi feito com base em critérios de efetividade, impacto social e ambiental, potencial de difusão, originalidade, adesão e participação social.

À exceção da categoria Município, cujo primeiro colocado não receberá premiação pecuniária mas somente diploma honorífico, as demais categorias serão contempladas com diploma e R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais) em espécie, valor sobre o qual serão cobrados todos os tributos previstos em lei. A solenidade de premiação será no dia 8 de dezembro, na UnB.

Cartaz 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental



Inscrições abertas em http://www.cbja2009.org.br/






sexta-feira, 13 de novembro de 2009

MDA, INCRA e SEMA/PA não comparecem a reunião do Fórum da BR 163 em Itaituba

[GTA] - A cidade de Itaituba (PA) sediou a 5ª reunião do Fórum do Plano da BR 163 Sustentável. As atividades foram ocorreram no dia 12/11, no auditório da Delegacia da Polícia Civil, e continuará dia 13/11, com o Seminário sobre Infra-extrutura e exploração sustentável dos recursos florestais do Plano da BR 163 Sustentável, no auditório do Batalhão do Exército da cidade.

O Fórum do Plano BR 163 Sustentável foi criado pelo decreto presidencial n° 6.290, de 6 de dezembro de 2007, para coordenar os debates entre o governo e a sociedade civil sobre a execução das ações governamentais na região da rodovia BR 163 (Santarém – Cuiabá). A coordenação dos trabalhos na 5ª reunião foi feita pelo representante do Ministério da Integração Nacional, Julio Miragaia. Participaram da mesa de abertura o vice-prefeito de Itaituba, Silvio Macedo, pelo Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163, Irineu Mattes e o representante da Secretaria de Agricultura do Pará - Sagri, Leandro Signoli.

As primeiras a falas seriam a dos representantes do Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, que não compareceram. Na sequência, com a falta dos primeiros, falaram os representantes do Instituto Chico Mendes e Sagri/PA.

“O gargalo é o INCRA e a SEMA”

A ocupação das terras na região foi incentiva pelo governo a partir dos anos 60, que usou como propaganda o lema “Terra sem homens para homens sem terra”. Isso fez que durante décadas as florestas fossem desmatadas com o apoio oficial. O erro político provocou danos irreversíveis para a população e o meio ambiente. Mesmo assim, o representante da Federação da Agricultura do Estado do Pará - FAEPA questionou a existência da reserva legal. Um discurso na contramão do que a população e a região necessitam para possuir um desenvolvimento sustentável, conforme muitas falas e documentos apresentados a seguir durante os debates.

Foram muitos os depoimentos falando das dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais. “O agricultor não tem estrada, não tem assistência técnica, nenhum apoio governamental e enfrenta todas as dificuldades. Quando um madeireiro chega e oferece R$ 200,00 por uma árvore de ipê e ainda abre uma estrada terminamos aceitando”, ressaltou um dos oradores.

O gargalo se dá pela ineficiência do trabalho dos órgãos responsáveis. O licenciamento ambiental, que possibilitaria uma solução de inúmeros problemas na região, para ser conseguido é uma enorme dificuldade. Uma atividade de responsabilidade da SEMA/PA, que não tem conseguido cumprir seu papel, segundo inúmeros oradores. Para completar as críticas e falta de soluções, a SEMA não enviou representante à reunião. As mesmas dificuldades têm sido enfrentadas em relação à regularização fundiárias das terras ocupadas há décadas por pequenos agricultores na região. Apesar de não ter enviado representante à Audiência Pública do Fórum, o INCRA, órgão responsável por esse trabalho, confirmou que estará presente no seminário do dia 13. Segundo Julio Miragaia “é injustificável a ausência do INCRA, MDA e SEMA na reunião”. O Fórum aprovou uma moção de repúdio a ausência desses representantes governamentais.

A ausência do Estado na região

Em vários setores verifica-se a completa ausência do poder público na região. No setor florestal, segundo um dos coordenadores do FMS da BR 163, Padre Arno, “é preciso aumentar o controle da exploração da madeira ilegal”. Mesmo para o representante da Polícia Federal, delegado Jecivaldo Ferreira, a instituição, que possui 30 servidores, entre delegados, agentes e escrivães, para atender os 21 municípios na região tem inúmeras dificuldades. Afirmou o delegado que isso deixa “os criminosos a vontade para atuar”.

Em relação a mineração falta estrutura do DNPM para controlar e fiscalizar a exploração garimpeira, mesmo sendo o Pará o segundo estado em produção mineral do país. Na região há um território do tamanho da Bélgica em condições para a exploração do ouro. “Não se pode excluir a mineração da vida humana”, afirmou Sérgio Aquino, representante da Associação dos Mineradores de Ouro do Tapajós.

Em vários setores, mesmo depois de vários órgãos do governo ter se posicionado, nada tem sido feito para a regularização. Existe um descompasso entre os órgãos governamentais. Apenas no setor garimpeiro existem 40 mil trabalhadores na ilegalidade, completamente abandonados. Os assentamentos agrícolas criados pelo INCRA não receberam a licença ambiental, o que levou recentemente a uma ocupação pelas organizações sociais da região em uma rodovia em Santarém. A situação é tão contraditória que esses órgãos nem mesmo os principais órgãos públicos responsáveis por essas soluções compareceram a reunião em Itaituba.

Rosana (IPAM) e Nilfo (STR LRV) deixaram claro que é preciso o governo fazer uma prestação de contas sempre que ocorrer uma nova reunião do Fórum. “Não podemos correr o risco de chegar em uma nova reunião e não saber o que foi executado pelo governo a partir das decisões tomadas na reunião anterior”, afirmou Nilfo, presidente do STTR de Lucas do Rio Verde (MT), local onde foi realizada a reunião passada do colegiado.

Estavam presentes na reunião em Itaituba, das 30 organizações que compõem o Fórum, 10 organizações, sendo 5 governamentais e 5 da sociedade civil (o Fórum é paritário).
Participaram da reunião as seguintes organizações, entre membros e não membros: Federação dos Trabalhadores na Agricultura, Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde (MT), Departamento da Polícia Federal, STTR de Itaituba, Igreja Católica local, Itesan, IPAM, GTA, Emater, STTR Novo Progresso, Associação dos Pequenos Produtores de Santa Luzia, Instituto Chico Mendes, escritório do deputado Zé Geraldo (PT/PA), Cooperativa Agroleiteira de Rurópolis, Sindicato dos Produtores Rurais de Itaituba, Sindicato dos Mineradores do Pará, Federação da Agricultura do Estado do Pará, SFB/MMA.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Condessa e Pólos se articulam para executar o Projeto da BR 163

[GTA Nacional] Fortalecer as organizações da Sociedade Civil ao longo da BR 163 e iniciar a execução do Projeto da BR 163 foram os principais motivos da reunião, coordenada pelo GTA, ocorrida dias 5 e 6 de novembro, em Brasília. Durante os dois dias as entidades do Condessa debateram as ações a serem executadas.

O projeto, iniciado em 2006, com o apoio do Banco Mundial, tem a sua continuidade, nessa segunda etapa, assegurada com recursos da União Européia, repassados através da FAO. A coordenação do trabalho será do GTA e a execução ficará sob responsabilidade do Consórcio pelo Desenvolvimento Socioambiental da BR 163 – Condessa, integrado por 32 entidades do Mato Grosso e oeste paraense, ao longo da rodovia BR 163 (Santarém – Cuiabá).

Para a realização das atividades a região foi dividida em cinco Pólos, coordenado pelas respectivas entidades: Norte MT – STTR LRV, Itaituba – FMS BR 163, Cuiabá e adjacências – OPAN, Baixo Amazonas – CEFT BAM e Transamazônica e Xingu – FVPP. Estiveram presentes ainda na reunião representantes das entidades da coordenação do Condessa, do Ministério do Meio Ambiente - MMA e da FAO.

O representante da FAO, Marcelo Broggio reconheceu as dificuldades para finalizar o projeto, assinado em 1 de outubro. Considerou que “é preciso buscar uma sinergia com os demais projetos da BR 163”. Venilson Silva, representante do CEFT BAM, falou da importancia da reunião, especialmente diante do aumento das obrigações das entidades para a execução do projeto, “o que não desanimará a realização das atividades importantes para o fortalecimento dos movimentos”.

Durante a reunião foram definidos os prazos e as responsabilidades para o encaminhamento das ações do projeto, tais como o pessoal responsável e a elaboração de documentos necessários para o inicio imediato das atividades do primeiro ano do projeto.

Uma das atividades definidas foi a participação nas reuniões do Fórum da BR 163, organizado pela Casa Civil da Presidência da República. Para esclarecer as dificuldades existentes quanto a essa demanda, apesar do discurso oficial afirmar o contrário, foi convidado à reunião Johaness Eck, representante da Casa Civil, que reconheceu esses problemas. Defendeu uma aproximação do projeto com o Território da Cidadania. “É possível integrar e articular”. Comprometeu-se em encaminhar as demandas apresentadas pelas entidades para assegurar a efetiva participação nas próximas reuniões do Fórum, especialmente nos dias 12 e 13 de novembro, em Itaituba (PA).

Participaram da reunião Pedro Bruzzi Lion, Nazaré Soares e Vandré Monteiro - MMA, Marcello Broggio e Ednardo Machado – FAO, Adriana Ramos – ISA, André Alves – FORMAD/GTA-MT, Epifânia Vuaden e Nilfo Wandscheer – STR Lucas do Rio Verde/MT, Irineu Mathes – Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163, Ivaide Santos – FVPP/Itaituba/PA, João Andrade – ICV/FORMAD/MT, Manuel Imbiriba – FETAGRI/PA, Marcelo Moreira – OPAN, Marilene Machado e Venilson Soiva – CEFT BAM/PA, Rosana Costa - IPAM . Pelo GTA Nacional participaram Beto Cantanhede, Muriel Saragoussi, Beatriz Santos e. Enilde Jacobina. Mara Régia, radialista da EBC, participou de parte das atividades.