sexta-feira, 31 de julho de 2009

Marina Silva na Caros Amigos


“O setor mais atrasado, ligado ao agronegócio, quer mudar toda a legislação ambiental”

Por Marcos Zibordi e Tatiana Merlino

Mulher, negra, pobre. Alfabetizada aos 16 anos. Do interior do Acre ao planalto central. De seringueira a ministra do Meio Ambiente. As muitas lutas de Marina Silva ao longo de sua vida parecem ser pequenas se comparadas à que trava atualmente: impedir que a mentalidade predatória de desenvolvimento que dita as regras no Brasil e no mundo não termine por destruir de vez o planeta Terra. A hoje senadora pelo PT define a recente investida ruralista para flexibilizar a legislação ambiental do Brasil como um “conjunto de mudanças que representam um retrocesso. Está se armando uma bomba de efeito retardado que não poderá ser contida na hora em que o país voltar a crescer”. Como principal exemplo, a Medida Provisória 458, editada pelo Executivo e sancionada no dia 25 de junho pelo presidente Lula, que pretende regularizar áreas de até 1500 hectares na Amazônia. Segundo Marina, a medida premiará a grilagem. “É um processo de privatização de 67 milhões de hectares de floresta”.

A senadora Marina Silva conta porque que vive um dos pioresmomentos de sua vida, período em que o país enfrenta uma “operação desmonte da legislação ambiental”, encabeçada pelos ruralistas


Marcos Zibordi: Sempre começamos as nossas entrevistas pedindo ao entrevistado que conte suas lembranças mais remotas de infância.

Marina Silva: Tenho muitas lembranças, guardei muitas coisas de uma idade muito tenra. Uma lembrança muito boa é da minha coleção de bonecas de pano, que a minha avó fazia. Eu tinha doze bonecas de pano, lembro o nome de algumas delas: tinha a Estefânia, que era uma boneca mais ousada, usava umas roupas menos tímidas. Tinha a Hilda, que era a matriarca do conjunto das bonecas, porque eu sou de uma família de matriarcas, do lado da minha mãe e do lado do meu pai. E a minha avó, quando fez as bonecas, já disse
que a Hilda era quem comandava o clã. Tinha o Jacinto, que era um menino bem levado, e o Catifum, que era um bonequinho aleijado, e tinha todos os cuidados especiais. Fui uma criança amplamente estimulada desde a mais tenra idade até a adolescência.

Marcos Zibordi: Fora essas lembranças mais tenras, por volta de dez, doze anos, o que você já estava fazendo? O primeiro namorado?

Na verdade, essa ideia de namorado veio surgir muito depois, pois desde cedo eu queria ser freira. Aprendi sobre o cristianismo com a minha avó Júlia, que era analfabeta. Foi ela quem me ensinou rudimentos do cristianismo. Ela tinha um catecismo para analfabetos, com ilustrações da Capela Sistina. Desde aquela época eu dizia à minha avó que eu queria ser freira, e ela dizia: “minha filha, freira não pode ser analfabeta”. Então, para ser freira, eu tinha que estudar.

Tatiana Merlino: A família toda morava junto?


Eu morava na casa da minha avó. Minha irmã morava com os meus pais.

Tatiana Merlino: Por que a senhora morava com a sua avó e não com os seus pais?

Minha avó fez meu parto, em 1958, e se apegou muito a mim. Foi se criando um vínculo muito forte entre eu, minha avó e a minha tia que morava com ela. Eu passava o dia com ela, e às quatro, cinco horas da tarde, ela me trazia para dormir em casa com a minha mãe. Depois eu comecei a querer ficar dormindo
lá e a insistir para a minha avó pedir para que eu fosse morar com ela. Até que um dia ela tomou coragem e foi falar com a minha mãe. E a minha mãe falou que iria falar com meu pai, e é lógico que ela queria um período para tentar me persuadir. Mas uma hora eu disse: “quero morar com a minha avó”. Só nos separamos quando eu fui morar na cidade, aos 16 anos.

Tatiana Merlino: E como era o trabalho no seringal?


Era pesado, difícil, tinha que andar 14 quilômetros por dia, de segunda a sexta. Meu pai trabalhava nessa atividade, e nós começamos, eu e minha irmã mais velha, quando eu tinha dez ou onze anos, a ajudá-lo a cortar seringa. No nosso caso, era uma mistura de trabalho, mas também com muita diversão, porque nossos pais eram muito cuidadosos. A gente não trabalhava além daquilo que agüentava. E se enquanto a gente roçava, o sol começava a ficar quente, e as abelhas e os mosquitos começavam a apavorar, a gente tinha toda liberdade de ir para debaixo de uma moita, buscar uma água fresquinha. Então, a gente nadava no igarapé, ficava lá tomando banho e voltava. Mas a gente também tinha disciplina, eu e minha irmã.

Para ler a entrevista completa e outras reportagens confira a edição de julho da revistaCaros Amigos, já nas bancas, ou click aqui e compre a versão digital da Caros Amigos.

O valor do meio ambiente será tema de encontro em Cuiabá sobre economia ecológica

Daniela Torezzan / Estação Vida - Como introduzir a questão ambiental nas tomadas de decisão políticas e econômicas? A busca para esta resposta vai nortear as discussões do Encontro Nacional de Economia Ecológica, que acontecerá nos dias 5, 6 e 7 de agosto em Cuiabá. Entre os temas abordados estará o pagamento por serviços ambientais, políticas e mecanismos de incentivo e financiamento para iniciativas na Amazônia, com ênfase em Mato Grosso, além do mercado de créditos de carbono.

Durante o evento, que está na oitava edição bienal e acontece pela primeira vez na região Centro-Oeste, acontecerão mesas redondas, minicursos e apresentações de trabalhos científicos com a participação de especialistas, pesquisadores e cientistas do Brasil e de outros países. O precursor das discussões sobre a valoração do meio ambiente e a necessidade de se pagar por serviços ambientais, pesquisador Joshua Farley, da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, será um dos destaques do encontro. Outra participação internacional será a do professor Juan Martinez Aliee, da Universidade Autônoma de Barcelona, conhecido no meio científico por defender causas polêmicas, como as que envolvem indígenas, por exemplo.

Segundo os organizadores, o Encontro Nacional de Economia Ecológica deve contar com a participação de 400 pessoas entre meio acadêmico, científico e sociedade em geral. O encontro é promovido pela Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, com o apoio do ICV –Instituto Centro de Vida. O evento acontecerá no Hotel Fazenda Mato Grosso e as inscrições podem ser feitas até a abertura. Mais informações sobre o assunto e inscrições através do site: www.ecoeco.org.br.


Clque aqui para ver a programação completa (arquivo em PDF)


Curso de Inclusão Digital e Comunicação Comunitária acontece em Manaus

Assessoria - A Rede GTA – Grupo de Trabalho Amazônico, em parceria com a Fundação Banco do Brasil – FBB, realizará uma Oficina de Inclusão Digital e Comunicação Comunitária, em Manaus (AM), de 01 a 03 de agosto, de 9 às 18h. As atividades acontecerão no Centro de Treinamento Maromba, ao lado do CIEC na Djalma Batista.

Essa é uma atividade do Projeto de Desenvolvimento Institucional para a Consolidação e Disseminação de Tecnologias Sociais. O mesmo curso já foi realizado em Rio Branco (AC), Cuiabá (MT), Santarém (PA) e Belém (PA). Ainda ocorrerá em São Luís (MA), Tefé (AM), Purus (AM), Benjamin Constante (AM) e Palmas (TO). Estão sendo capacitadas lideranças de base nas 18 regionais que compõem a Rede GTA nos 9 estados da Amazônia Legal. O presidente da Direção Nacional da rede GTA é Rubens Gomes, Secretário Executivo da Oficina Escola de Lutheria da Amazônia – OELA, organização não governamental que atende mais de 11 mil pessoas no bairro de Zumbi, em Manaus.

Os participantes são membros de entidades associadas ao GTA das Coordenações Regionais do Médio Amazonas e Roraima. Foi produzido um vídeo educativo, uma apostila sobre Inclusão Digital e Comunicação Comunitária e outros documentos sobre a importância da comunicação para os movimentos sociais, populares e comunitárias. Na manhã de segunda-feira (3/8) será realizada uma aula prática (e ao vivo) na Rádio Comunitária Voz da Comunidade FM, 87,9, localizada no bairro Mutirão, Zona Leste, Manaus.

Outro projeto da Rede GTA, também com o apoio da FBB, e da Petrobras, desenvolvido nas regiões do Acre, Rondônia, Purus, Médio Amazonas, Babaçu, Amapá, Carajás e Marajó é o Projeto de Certificação Sócio Participativa. Tem como objetivo promover a valorização da produção familiar com base em cadeias produtivas do agroextrativismo. Através de mecanismos visa fortalecer a organização social de produtores, disseminando boas praticas de manejo e garantindo o atestado de origem ambientalmente sustentável, socialmente justo e culturalmente relevante para processos produtivos preconizados pelos produtores.

As atividades das oficinas de Inclusão Digital e Comunicação Comunitária são coordenadas pelo jornalista e escritor de Brasília, Pedro César Batista.

Informações:

pcbatis@gmail.com

61 9162 6682

lorena@oela.org.br

92 3644 5459 / 8144 9753

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Orgânico X Transgênico


Fiquei surpreso quando vi a notícia sobre a cartilha O Olho do Consumidor, que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA divulgou dias atrás. Belamente ilustrada pelo cartunista Ziraldo, o tema da cartilha são os benefícios dos produtos orgânicos.

No entanto, a transgenia tem um poder devastador frente aos inofensivos orgânicos. Na página 7 da cartilha tem a seguinte frase: O agricultor orgânico não cultiva transgênicos porque não quer colocar em risco a diversidade de variedades que existem na natureza. Transgênicos são plantas e animais onde o homem coloca genes tomados de outras espécies.

Por conta dessa inocente frase, a cartilha cuja primeira impressão é de 620 mil exemplares está sendo recolhida para ser adaptada, ou seja, irão suprimir essa informação. E a versão para download que estava no site do Ministério da Agricultura (www.agricultura.gov.br) também foi imediatamente excluída.

No entanto, vale a pena ver a versão original, que nem é lá tão boa assim, mas só o fato de ter conseguido burlar os defensores e distribuidores dos organismos geneticamente modificados, vale a leitura.

Baixe a dita cuja clicando aqui

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Curso de Inclusão Digital e Comunicação Comunitária

[GTA] - A Rede GTA – Grupo de Trabalho Amazônico, em parceria com a Fundação Banco do Brasil – FBB, realizou o Curso Inclusão Digital e Comunicação Comunitária, atividade do Projeto de Desenvolvimento Institucional para a Consolidação e Disseminação de Tecnologias Sociais, em Rio Branco (AC) e em Cuiabá (MT), respectivamente, nos dias 3 a 5 e 10 a 12 de julho.

Durante os três dias aconteceram palestras, debates na plenária e em grupos, apresentação de vídeos, filmes e a elaboração de diagnóstico sobre a história da comunicação comunitária e a construção de planos de trabalho para as entidades e as regionais da Rede. Dois filmes – documentários foram apresentados para subsidiar o debate: Uma onda no ar, de Helvécio Raton, e A revolução não será televisionada, de Kim Bartley e Donnacha O’Brian.

Os participantes das oficinas, membros de entidades que compõe a Rede, foram previamente inscritos pelas coordenações regionais. Produziu-se um vídeo educativo e uma apostila sobre inclusão digital e comunicação comunitária para a realização das oficinas. Esse material foi entregue aos comunicadores populares, acompanhados de outros documentos sobre as atividades de comunicação para os movimentos sociais, populares e comunitárias.

Os e as participantes das oficinas estão demonstrado um enorme interesse em propagar a história da Rede GTA. Querem criar alternativas para desenvolver a comunicação interna e externa. Em todas as oficinas está sendo elaborado, de forma coletiva e participativa, um plano de comunicação para a Rede GTA.

O curso será realizado também em Santarém (PA), Manaus (AM), Belém (PA) e São Luís (MA), capacitando 90 lideranças de base das 18 regionais da Rede GTA em comunicação comunitária.

sábado, 11 de julho de 2009

Oficina de Comunicação em Cuiabá












Realizou-se em Cuiabá, entre os dias 10 a 12 de julho, no Hotel Sansaed, bairro da Lixeira, a II Oficina de Inclusão Digital e Comunicação Comunitária.

Participaram representantes da FASE, FORMAD, GAPA, ATV, APROGER, AAFERG, STTR de Lucas do Rio Verde e GT Univida, com as seguintes pessoas:

Aline
André
Deroní
Douglas
Fátima
Jane
Linconnl
Pedro - consultor
Roselma
Sidney
Vilmon

A próxima oficina será em Santarém - Pará.